Fragmentos


A alma perturbada de Lúcio vagou pela noite a observar a lua no céu daquele sábado. Ele estava por demais atormentado com os últimos acontecimentos de sua vida, antes tão monótona, para dar atenção aos carros que passavam pela via, quase a atingi-lo. Não aprendera a lidar com essas coisas que acontecem quando a gente precisa desaprender a amar e encontrar novas saídas para nossos sentimentos. Mesmo Lúcio, sempre tão dedicado a tudo o que se propunha a fazer, inclusive ao amor, carrega tais dúvidas, como esta de apaixonar-se ou não por Carmen, Angélica, Cristiane e outras pessoas sem nome.

Parou diante de um prédio qualquer, debaixo de uma árvore que fazia sombra com o luar. Sentou no meio-fio e permaneceu ali, pensativo, por muitos minutos. Depois, chorou algumas lágrimas e foi embora sem decidir nada. Queria mesmo era gritar, fazer sair de dentro dele aquela amargura e a indecisão de viver. Não conseguiu, mas continuou vivendo, ainda com todas as questões que atormentam sua mente em noites escuras de céu iluminado.