Nova Lei de Estágio

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A nova lei de estágio já afetou a vida de 13 milhões e meio de estudantes em todo o Brasil. Segundo o NUBE, Núcleo Brasileiro de Estágios, a redução nas empresas chega a 40 porcento. Isso significa que 60 mil jovens deixaram de conseguir um estágio por causa das alterações na legislação. Confira na reportagem de Admilson Veloso.

Vida & Morte: memórias de cada dia para um final feliz


A Grande questão humana não deve ser a morte. Morrer todos morrem. O verdadeiro sentido está em saber viver. Isso sim, poucos sabem fazer.
Da Vida levarei muito, deixarei mais. A Vida é um ponto. As vezes de exclamação, outras uma vírgula, uma interrogação. Um dia ela será um ponto final. Quando chegar este momento, espero que a história tenha sido válida e alguém que a conheça apareça emocionado e diga: "emocionante"! Assim mesmo, com um ponto de exclamação.
Não quero que, ao final, fique uma interrogação ou uma vírgula, como se estivesse incompleto. Quero, antes, as reticências, para mostrar que algo continua, apesar de não ser necessariamente uma incompletude, mas uma continuação silenciosa.
Da Vida e da morte pouco sei, além desses "pontos" que coloco diariamente para reflexão: é realmente preciso colocar alguma fala depois dos "dois pontos"? Interrogação? Não sei...

O Vento


Imagem: populo.weblog.com.pt

A poesia do vento não pode ser vazia. Ela deve ser discreta e dizer apenas o que o vento é. O vento é o sopro de consciência que vem da imensidão do espaço a procura de repouso. Ele é a simplicidade de um suspiro, com a emoção de uma lágrima. Silenciosa. Apagada.
O vento também é fúria e braveza. A corrigir os erros de quem não soube ser. Ele percorre cada canto dos mais baixos - escondidos, perdidos - recantos. Mas nunca se vai. Jamais fica. É uma corrente que perpassa nossos olhos e nos carrega pela vida. O vento não tem solidão. Quando está só, levanta poeira e a leva com ele.
Queria ser, um dia, como o vento. Para passar por entre seus cabelos e cantar aos teus ouvidos todo o silêncio que me preenche nestes momentos de insensatez. Poderia até acompanhar os teus passos e, depois, apagá-los. Levemente. Vagarosamente. Sentindo o toque de seus pés.
Vou ficar aqui por uns instantes, a espera que algum vento me traga você. Na memória. Quem sabe esse mesmo vento varra para bem longe tudo aquilo que não houve e nos faça ser novos. A cada dia. Quando, logo ao raiar, possamos sentir que o vento não nos abandonou. Talvez, até constatarmos que estamos sós, juntos com o vento e a poeira que não se foram.

Admilson Veloso

Singular


Imagem: lisamishler.com

A linha que percorre o teu corpo é breve, como o pontilhar dos passos na imensidão da praia. É singular, porquê a linha te contorna, mas não te prende. Ela é tênue e, ao mesmo tempo, irreverente, pois sai dos limites que te cercam.
A linearidade que a envolve não a domina. A beleza com a qual te desenharam já não pode ser copiada. É singular. Tão singular quanto minhas palavras ao lado de suas linhas.
Suas linhas que me conduzem a este ponto, pontilhado, partilhado, múltiplo. Perco-me na singularidade de sua imagem. Encontro-me nas lembranças de suas curvas. Iludo-me e depois recaio em consciência. Para mais tarde sonhar com os retângulos, quadrados, e todos os desenhos e figuras geométricas que tentam imitar a sua beleza. Tão singular, tão plural. Isso me encanta.

Admilson Veloso

Verdades Sujas

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... O vaso estava imundo, a privada lotada de degetos que não foram aproveitados.
Cheio/cheiro de idéias perdidas, liberadas durante a descarga feita pelo sistema, que corrompe e seleciona.
Quantos bons pedaços dentro daquele ralo, a escorrer por entre os canos, do esgoto cultural.
O que farão com tudo isso? Será que vão tratar em um reservatório intelectual para que possamos beber e comer em uma festa hipócrita ou consumir em formato de novas mídias?
Isso me causa vômitos. Não vômitos de cultura ou de arte, mas um desejo de jorrar com toda a impugnância um monte de merda sobre a cabeça desses anódinos putrificados...


Admilson Veloso

Qualquer Loucura

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Senhoras e Senhores,
Um momento de atenção, por favor.

Hoje eu senti um forte desejo de fazer algo diferente. Tive a vontade de sentar aqui, neste lugar onde comecei a escrever ainda há pouco, e dizer por esta mensagem alguma coisa que nunca tinha dito. Olhei para o lado, para o alto, observei o casal que namorava logo ali, no banquinho de lá, li o texto do maço de cigarro que alguém jogou no chão, mas nada me inspirou.
Nada me inspirou, até o momento em que as formigas subiram pelas minhas pernas e eu precisei sair correndo. Isso não é engraçado, nem quero ser. Eu só queria mesmo escrever algo de incomum, para mostrar meu lado Real. Contudo, só consegui rabiscar estas palavras, que não surpreendem, não emocionam e nem falam nada, mas dizem muito de mim.
Algum dia desses vou fazer qualquer loucura, como escrever um palavrão e mandar alguém se danar. Por enquanto, Senhoras e Senhores, fico com a sensatez e o pudor que as tuas vidas antiquadas e mentirosas exigem. Mas esperem até eu ter coragem de lhes enfiar a caneta (no olho) e lhes fazer enxergar as formigas que vossas senhorias pisam (as mesmas que mordem os pés?).

Admilson Veloso

Confissão

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Parei,
De correr atrás
Do futuro.
Estagnei
Todos os meus
Sonhos.
Chorei
Por você e seus
Fracassos.

Acreditei
No nada auspício.
Que me levem
Para longe,
Hospício!?
Mas deixem-me
Dizer mais uma vez
Te amo!

Admilson Veloso

Ser Poeta

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Sabe esta confusão de quem ama sem pedir licença (?)...
Eu só queria estar ao teu lado e mais uma vez dizer que tudo um dia será melhor, mesmo não acreditando nessa promessa. Mas, quem sabe assim poderíamos sonhar juntos e viver esses instantes eternos que acabam em solidão.
Queria também que estas palavras, como um punhal, atravessasse teu coração e lhe fizesse sentir a dor da poesia, sentir como queima o peito de um poeta quando seus lábios são incapazes de dizer palavras belas e o que lhe resta é escrever.
É na folha, aonde a tinta vai deixando marcas, que o artista das letras faz imprimir as cicatrizes de seu coração.
Não sei por que, mas tenho certa tendência a melancolia. Falo de sonhos e solidão. Parece que todas as lágrimas que nunca caíram de meus olhos estão presas ao lápis e ao papel. É no soluço da vírgula que deixo transparecer muitas saudades, é com este alfabeto rápido que grito palavras mudas e espero que elas alcancem o sol e o mar.
Espero, até que um dia, quando não conseguir mais ser poeta, eu me perca pelo espaço, ou então, me sufoque com tantos sonhos, com tantas flores, com tantas palavras em meu coração.

Admilson Veloso

A Palavra


Imagem da MGBON
http://mgbon.blogspot.com


A palavra

Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.

Que resumiria o mundo
e o substituiria.

Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.

Carlos Drummond de Andrade

Alucinação

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O sonho se passava em um lugar estranho, um pouco escuro e úmido, com um cheiro de móveis velhos e urina de rato. Carlos tentava fugir, mas era como se as paredes viessem de encontro a ele e quisessem lhe esmagar. Sua respiração ficava, a cada segundo, mais ofegante e o suor molhava seu rosto. O coração disparou. Ele queria escalar as paredes e sair daquele lugar. De repente, tudo começou a girar e o fio de luz que vinha do alto o fez perder parte da visão. Carlos só conseguia enxergar os vultos que o cercavam, como lobos ferozes a espreitar a ovelha. O coração bateu mais acelerado ainda e tudo o que ele conseguiu fazer foi soltar um forte grito.
A cama estava molhada de suor e o jovem ardia em febre. Não entendia o que significava o sonho que acabara de ter. Talvez fosse só uma alucinação causada pelo mal estar, mas as lembranças ficaram em sua memória.
Lá fora, a chuva se mostrava preguiçosa, a pingar em chuviscos que deixavam as ruas e os telhados luminosos. O céu estava coberto de nuvens cinza e o ar respirava um gosto de não-sei-o-quê. Pela demonstração de fúria da natureza, evidenciada na tempestade que varou a noite, dava para se ter uma idéia de que o verão não seria dos mais brandos.
A febre, a chuva e a baixa luz, alimentada apenas pela pouca claridade que vinha de fora do quarto, davam aquela cena uma monotonia e solidão que transbordavam os limites do corpo de Carlos.
Por mais de dez minutos ele ficou a olhar para o teto, imóvel, como se ainda refletisse o que sonhara instantes antes de acordar. Quando era criança, certa vez ouvira alguém falar que todo sonho tem um significado. Mas o que queria dizer aquelas coisas estranhas de seu pesadelo? Bobagem, pensou. Tudo era apenas reflexo da febre que teve por causa do resfriado. Na verdade, ele queria acreditar nisso para afastar as lembranças.
Girando a cabeça, ele procurou sobre a mesinha, que ficava ao lado da cama, o relógio para verificar as horas. Pela claridade que se via pela janela, mesmo embaçada pelas nuvens, dava para perceber que o dia já havia começado. Revirou entre os livros, papéis e outras bagunças e encontrou o bendito relógio. Eram sete horas. Não sabia o que significava ser sete horas.
O dia é domingo e ele não vai trabalhar. Por isso, pode dormir até mais tarde. Seu corpo também não se mostra com vontade para sair da cama. Então, Carlos simplesmente se abandona sobre o lençol e volta a dormir.
Se alguém o visse ali, não desconfiaria que acabara de ter um sonho tão pesado. Ele vai dormir muito e, desta vez, não sonhará. Também não voltará a sair da cama, pelo menos não antes do serviço funeral chegar. Talvez alguém chore por ele e lhe acenda uma vela em homenagem. Mas Carlos não é místico e o seu grande sonho, agora prestes a se realizar, sempre foi morrer em silêncio. Como este silêncio que se faz no mundo, abalado somente pela leve inquietude das lágrimas das nuvens. Se tivesse pensado um pouco mais, o jovem defunto teria entendido porque choveu tanto: alguém está a chorar por ele...

Admilson Veloso

"Catarses"



Quero viver sempre em estado de catarse, para não sentir as dores do caminho...

"Hoje o Sol estava cinza, e o céu ficou assim, tão baixo que me senti sufocado. Perdi a direção. Então, só caminhei. Mas ao final, cheguei ao mesmo lugar. Senti falta de alguém. As árvores, os pássaros, as nuvens... Porquê estou aqui, a olhar as estrelas e sentir o perfume destas flores? Perdemos tudo, o que nos resta é a solidão. Falta-nos a coragem de olhar nos olhos e conversar sobre amor. Depois de tudo o que já se foi. Se foi? Não é permanência, é aquilo que ficou entre os poros, entre as folhas secas, na poeira da lembrança. Acredirar é o que vale. Nos sonhos, ou em alguma ilusão. Mas nossas utopias são mais nobres, não são mais. Nossos planos também se foram. E ficamos nós, aqui, olhando tudo partir por essa estrada..."

Admilson Veloso

"Avoação"

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...O vento soprou um pouco mais forte e meus cabelos começaram a voar. Neste instante percebi que meus pés não estavam no chão. Meu Deus, o que está acontecendo? Perguntei, sem esperança de encontrar alguma resposta. Lá do alto tudo é azul. Só a minha solidão continua escura, com uma cor fúnebre meio esquecida. Mas, como fugir da solidão, se ela ainda é a companhia mais segura para as noites de chuva.
Meu poema, de repente, ficou em silêncio e tudo o que escutava era o barulho da nostalgia, aquele som que vem lá do fundo de nossos olhos, passa pelo coração e vai parar aos ouvidos. Que loucura! Já não consigo pensar coisa com coisa e tudo o que digo não tem nexo. Estou perdido em meio a estas nuvens que insistem em querer ser chuva. Que sejam chuva, proclamo, para molhar o meu rosto e lavar os meus pés.
A água respinga de leve e me faz acordar em um salto impulsivo. Olho pela janela e percebo que o dia começou querendo ser noite. Vejo que vai ser mais um fim de semana sem palavras e que ficarei aqui, deitado, a imaginar alguma forma de ser feliz. Enquanto isso a felicidade se vai, cada vez mais longe das minhas mãos, como a enxurrada que alaga a rua.
O cheiro é bom. É cheiro de terra molhada com chocolate quente. Este sabor me leva para bem distante, para lugares que não existem. São só imaginação. Mas vou continuar assim, voando em busca de novas coisas velhas que me faça reviver os sonhos da infância, para um dia encontrar você.

Admilson Veloso

Ensaio Sobre a Cegueira

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Uma das mais belas produções cinematográficas da contemporaneidade que já assisti. Assim posso resumir "Ensaio Sobre a Cegueira", do diretor Fernando Meirelles. Confesso que tive receio de assistir ao filme, pois considerava o livro de José Saramago, que inspirou o longa, muito complexo e bom para ser traduzido para a liguagem televisual. Contudo, tenho que adimitir, considerada algumas alterações e cortes realizadas no roteiro, o filme foi capaz de me emocionar QUASE tanto quanto o livro.

Admilson Veloso

Perigo na Rede


Roubo de senha, invasão de perfil e calúnia são algumas das práticas criminosas mais comuns nos sites de relacionamento

“Aquele não é um ambiente confiável para se discutir qualquer assunto que seja. Você cria expectativas de amizades, de relacionamentos, mas é tudo virtual”. Assim o estudante de direito, Valdir do Carmo Júnior, 22 anos, que manteve um perfil na internet por um ano, explica porque se excluiu de um dos sites mais acessados do mundo: o Orkut.

A insegurança é um dos fatores que levam os usuários a abandonarem os sites de relacionamento, como Orkut, MySpace e Facebook. E foi a falta de segurança que levou a estudante Déborah Miranda, 21 anos, a excluir sua página do Orkut. Ela teve a senha roubada após acessar a internet em uma lan house durante as férias. “A pessoa que roubou a senha enviou recados ofensivos para meus amigos virtuais, alguns ficaram chateados e eu nem sabia o que estava acontecendo”, reclama. Após os transtornos para cancelar a conta invadida, a estudante criou um novo perfil, mas agora toma algumas precauções: “Sempre troco de senha, não acesso minhas páginas em locais públicos e só adiciono quem eu conheço”.

A adoção de medidas cautelosas não foi o suficiente para proteger a secretária Staeli Foureaux dos problemas na rede. Ela mantém um perfil no Orkut há três anos e afirma que já passou por vários constrangimentos. “Certa vez, alguém invadiu minha página, roubou as fotos e distribuiu as imagens na internet. Além disso, eu sempre recebo recados inconvenientes”, revela. Para o estudante Valdir do Carmo, as pessoas precisam ter mais cuidado ao usar a internet. “Eu não acredito em informações do Orkut, pois a internet é um ambiente aberto demais, perigoso demais. Deveria haver mais controle sobre o seu uso”, defende.

Acessar a rede de forma despreocupada pode ser muito arriscado. È o diz o detetive Renato Simões Nabak, que trabalha no setor de investigações da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Informático e Fraudes Eletrônicas. Segundo ele, as práticas criminosas nesta área vão desde danos à imagem pública até roubo de dinheiro. “Nós sempre recebemos denúncias, principalmente de pessoas reclamando de calúnia, difamação e invasão de hacker nos computadores”, afirma. O policial também diz que, raramente, o culpado recebe uma pena rigorosa. Na maioria das vezes, o criminoso paga apenas algumas cestas básicas ou presta serviços comunitários.

De acordo com o presidente do Google Brasil, empresa responsável pelo Orkut, Alexandre Hohagen, a organização tem adotado ações para combater os abusos e crimes no site. “Criamos ferramentas inovadoras, mobilizamos o principal capital do Google – a inteligência tecnológica – para solucionar os desafios, investimos recursos e refinamos a cooperação com o Ministério Público”, afirma.

A criminalidade na rede tem sido motivo de preocupação para as autoridades. Isso porque, a cada dia aumenta mais o número de pessoas que aderem aos sites de relacionamentos. Pesquisa do Ibope, divulgada em outubro deste ano, revela que o Brasil já tem 24,3 milhões de internautas residenciais ativos – aqueles que acessam a rede pelo menos uma vez por mês. Isso representa um crescimento superior a 75% desde 2006. Quando são analisados todos os tipos de acesso (residencial, trabalho, escola, telecentros, lan houses, bibliotecas, etc.), o número de pessoas que navegaram na rede no segundo trimestre de 2008 sobe para 42 milhões.

Espaço livre, demais

Cerca de 87% dos jovens afirmam que não possuem restrições ao uso da internet. É o que mostra estudo da Organização Não-Governamental SaferNet, a responsável pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. A pesquisa contou com a participação de cerca de 1.400 pessoas, entre crianças, jovens e pais de todo o Brasil. Além disso, o estudo também aponta que mais da metade dos entrevistados já tiveram contato com conteúdos agressivos e que consideravam impróprios para sua idade.

É o caso do estudante de negócios internacionais, Leandro Pérez, 18 anos, que desde os 15 anos utiliza os sites de relacionamentos para se comunicar. Leandro confessa que, mesmo quando era menor, acessava conteúdos tidos como impróprios para ele. “Já acessei sites pornográficos. Muitas vezes chegam mensagens na caixa de entrada e a gente acaba clicando para ver o que tem lá”. O estudante acredita que deveria haver um controle maior sobre o conteúdo divulgado na rede. Para evitar invasões e roubos de material, ele usa todas as ferramentas disponíveis. “Tudo o que eu posso trancar eu tranco”, afirma.

Os dados da pesquisa realizada pela ONG SaferNet apontam, ainda, que aproximadamente 40% dos pais informaram que seus filhos já se mostraram constrangidos com experiências vivenciadas na Internet. Apesar disso, 63% destes pais não colocam regras para o uso que os filhos fazem da rede. De acordo com Leandro, na casa dele não havia nenhuma medida por parte dos pais determinando o que pode ou não ser acessado. O jovem reclama que da falta de privacidade nos sites e diz que já pensou em excluir o perfil. “Mas depois percebi que não consigo viver sem tudo isso. É um mal necessário”, esclarece.

Para o psicólogo Daniel Silveira, Mestre em Psicologia Social pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), não adianta um controle excessivo sobre o uso da internet por parte dos pais, “pois o jovem pode ir à casa de um amigo, ou lan house, e acessar o que quiser”, explica. Ainda de acordo com o psicólogo, o rigor no acompanhamento dos filhos pode refletir de forma negativa no comportamento deles. “É melhor uma educação que ensine ao jovem o que é ou não perigoso nos sites”, complementa.

Dicas de Segurança na Rede

• Mantenha o computador equipado com pacotes atualizados de segurança atualizados.
• Desligue a webcam e o computador quando estes não estiverem sendo usados.
• Ao navegar, se janelas forem abertas automaticamente (pop-ups), não utilize o botão padrão para fechá-las, aperte as teclas CTRL, ALT e DEL no teclado e as feche.
• Se tiver filhos, aprenda a usar a internet e sites de relacionamento e de bate-papo.
• Além disso, verifique com freqüência o conteúdo da ferramenta histórico de navegação.
• Nunca permita que crianças acessem a internet no quarto.
• Sempre que receber um e-mail de alguma organização solicitando dados verifique pelo telefone.
• Ao ser ameaçado pela internet, procure uma delegacia e leve todas as informações possíveis impressas.

Milson Veloso

BH: LOUCURAS DE UM MORTAL

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ATO I

A contemplação transforma o meio. O mundo não está pronto, acabado. Ele sofre modificações através do olhar e da ação humana. As sociedades, os indivíduos, também se transformam, pelo tempo e pela história.
Paro, observo. De repente, percebo que o edifício a minha frente não é o mesmo. Cada vez que os meus olhos se movem, uma multidão entra e sai do prédio. Aos poucos, noto que também a ferrugem o consome. Imenso, imponente; o edifício JK, na rua Timbiras, bem na região central de Belo Horizonte, vai timidamente perdendo a sua beleza.
As pessoas, tenho avaliado bem no meu íntimo, já não mantém uma relação intensa com a cidade. Elas simplesmente passam, e não conseguem ver, por exemplo, a beleza da Praça da Estação, com suas fontes, seus leões e suas marcas. Apenas os pombos é que aproveitam bem esses espaços urbanos.
Fico empolgado ao ver crianças nas praças, a correr atrás de borboletas. Mas me entristece muito ver o descaso com que alguns monumentos, tão belos e cheios de história, acabam esquecidos. As pessoas já não enxergam. E, por isso, o meio não se transforma. Degrada-se. Falta a contemplação para que a história saia das construções e se erga com a sociedade.

ATO II

Depois de parar por alguns instantes ao lado da Praça Sete de Setembro, fiquei a observar como o mundo, ou melhor, as pessoas do mundo, andam depressa. Parecem uma boiada sem vaqueiro a correr desgovernada.
Penso, olhando para a obra que todos chamam de “Pirulito”, como o Ser Humano é louco. Explico. Ele constrói imensos monumentos, como o “Pirulito”, para mostrar a sua força, o seu poder, mas logo que termina a construção e faz uma pequena reverência à obra, deixa-a no esquecimento. Excomunga-a da história, da sociedade. Então, esses prédios, esses concretos, ficam perdidos em meio à multidão. Ao observar mais um pouquinho, tenho a impressão de que os edifícios têm vida própria. Parece que olham para mim. Estão muito solitários.
Eu decidi! Quero domar essa boiada. Fazer com que as pessoas se percebam e notem o mundo a sua volta. Ainda que apenas com as palavras, como um boiadeiro, que em vez do laço usa a caneta, e faz o seu rebanho andar direito. Vou fazer a história com o que a história me coloca a disposição.
Talvez assim, as pessoas também possam parar um instante e ver a vida que cresce junto delas. Essa vida que eu vejo agora, parado ao meio-dia, em meio a tanta confusão, no primeiro dia de um mês qualquer.

ATO III

Fiz tantos planos de um futuro bom. Criei tantas palavras dentro de mim e, agora, todas elas querem sair. Preciso deixar que elas se libertem, que venham ao mundo e façam alguma coisa para os dias serem melhores.
Isso é tudo o que eu desejo nesse momento: promover uma libertação intelecto-cultural dentro de mim. Muito estranho tudo isso, eu sei. Mas é assim mesmo. Nem tudo tem explicação.
Quero construir edifícios com a sonoridade das mais serenas palavras. Fazer o mundo girar, com o dedo apontado para o “Horizonte”. Nesta cidade onde os olhos não se vêem e os corpos não se sentem, vou gritar com as letras de um alfabeto extinto.
Caminharei por entre essas pedras ambulantes e construirei, em meio à guerra mercadológica, um presente bom. Como uma promessa. Os planos de dias felizes para sempre. Ou uma grande ilusão.

Admilson Veloso

Diario de um Suicida



Não quero, com este texto, incentivar o suicídio. Sou extremamente contra esta forma de morte. Tão estúpida e tão covarde.

A ÚLTIMA PÁGINA DO DIÁRIO DE UM ADOLESCENTE EM DEPRESSÃO

Hoje o céu amanheceu nublado. Não o céu lá fora, lá no mundo, porquê aquele eu já nem vejo mais. Mas este céu aqui, dentro de meu quarto e, em parte, dentro de mim. Parece que haverá tempestade, as nuvens estão negras. Está escuro neste espaço de inexistência, é tão frio este momento de solidão.
Eu queria fugir. Queria fugir para longe dos seus olhos e me esconder em algum canto do seu coração. Os meus sonhos se queimaram. Os meus, os teus profanos sonhos. O que são sonhos?
Estou perdido, estou louco. Meu grito é mudo, minha canção é monótona e já não consigo dizer eu te amo. Socorro! Alguém me ajude, alguém me resgate. Dê-me um abraço forte, por favor, e um sorriso sincero. Há um fogo, uma brasa em meu peito. Socorro! Eu não consigo sonhar, eu não consigo viver. Eu sou tão fraco, um perdedor. Diga-me como resistir a este abismo.
Ah! Este cheiro de mofo presente nestas lembranças. Como eu gostaria que tudo isso fosse apenas um pesadelo. Sim, eu vou me convencer de que toda a minha dor não passa de um lúgubre pesadelo.
Tudo o que eu queria era só ser livre, ser amado e ser eterno. Vou sair voando por esta janela. Mas antes preciso fechar os olhos para não ser fraco e não sonhar com o mundo lá fora. É isso mesmo, vou me lançar na eternidade por esta janela. Serei um herói por ter vencido os meus medos e a sua estupidez. Você chorará uma lágrima por mim. Serei amado, ganharei flores e serei eterno. A liberdade me chama, preciso ir. Serei livre, livre para todo o sempre. Vou permanecer através da distância, do tempo e do silêncio. Amém...

Admilson Veloso