Perífrase


O silêncio de Renata, naquela tarde de domingo em que o sol insistia em prolongar o seu espetáculo, significava muito além da falta de palavras. Da janela de seu quarto, ela observava o horizonte, colorido de um amarelo-avermelhado, como a solidão que ainda não se apagara. Este momento representa algo que Renata não compreende na totalidade. Ela gosta de olhar o mundo de sua janela e pensar que um dia vai chegar além de onde o sol de põe todos os dias. Os minutos gastos para observar aquele fato da natureza não são contados no seu relógio de braço. Cada movimento das nuvens e do astro-rei é contabilizado com o pulsar do coração. Em sua pequena alma de mulher, Renata sonha com a tarde em que não mais viverá tão só. Mas já sente saudades de todos os pores-do-sol que viveu até agora. Ela vai casar na próxima semana.

Um comentário:

Nayara .NY disse...

Mudar
de nome
de medos
de quarto
de vida
de sonhos
Nostalgia...