Devaneios


Tua indecência tão pura,

A consumir meu clérigo pensamento,

Nesta paisagem tão sombria,

De noite sem lua cheia.

Caminhar por entre paredes,

E espreitar teus doces devaneios,

Sem ao menos dizer adeus,

Ir-se tão depressa em carrossel.

Mas do que foges, meu amor?
Do vento, do sol, da solidão?

Foges porque já não podes estar,

A permanência é inconstante em teus olhos.

Também levo, pra bem longe,

Toda a minha inocência.

Pois, é tarde para amar.

Um dia nossos corações sentirão paz.

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