A alegria do reencontro está na ternura do abraço, na beleza do sorriso e na incandescência de um olhar. Nosso reencontro não teve nada disso. Não nos tocamos e nem ao menos nos vimos, mas foi o suficiente para que eu sentisse o aperto no peito, o fervor nos olhos e uma felicidade quase incontrolável. Tão lacônico nossos dizeres, que em poucos minutos, segundos – talvez – se passaram. Fiquei meio sem saber o que escrever, neste bate-papo instantâneo. Então, só consegui digitar: “E aí, como vai?” A expectativa por uma resposta nunca foi tão grande. Não pelo fato da resposta em si ter alguma importância, mas apenas por ser uma resposta sua, uma articulação de seus membros para me responder algo.
Não conseguia acreditar. Depois de quatro meses contando cada dia, com a esperança de te reencontrar nos nossos espaços, nos recantos dessa saudade, depois de tanta procura sem resultados, aconteceu. Simples assim: aconteceu. Mas, decepcionei-me. A intensidade não foi a mesma das outras épocas, nossas épocas. Apesar do desejo por mais um momento de diálogo, de um pra sempre, da permanência, algo já está diferente. E acho que é
Breve também foi o seu adeus. Desta vez, com um significado distinto. A despedida se resumiu em “agora tenho que ir”. Eu também disse apenas “tudo bem, vai lá, mas não some...” Na verdade, o que gostaria de ter dito seria “não vá, ainda te amo”. Minhas palavras não saíram, ficaram para uma próxima vez, para um próximo dia, para um próximo reencontro. O medo de dizer te amo me persegue, é quase um trauma. Não consigo dizer do Amor. Quem saiba, até mesmo, já não consiga amar de fato. Pode ser, a psicologia explica isso. Não sou psicólogo.
Fiquei aqui ainda por alguns instantes, a esperar o teu regresso – repentino - para me abraçar e dizer entre suspiros que me ama e que já não vai mais partir. Fiquei. Essa também pode ser uma espécie de trauma, a minha espera contínua por coisas que tenho plena convicção, são utopias. Minha vida é uma utopia. Por isso, ainda te espero, para mais um “olá, quem sabe, pode ser...”
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